John Langshaw Austin (1911 - 1960)
Nasceu em Lancaster no dia 26 de março de 1911 e faleceu em Oxford no dia 8 de fevereiro de 1960. Considerado um filósofo da linguagem responsável pelo desenvolvimento de uma grande parte da atual teoria dos atos de discurso. Filiado à linha da Filosofia Analítica, interessou-se pelo problema do sentido em filosofia.
Realizou seus estudos no Balliol College, da Universidade de Oxford. Serviu no serviço britânico de inteligência, durante a Segunda Guerra Mundial, tornou-se professor titular da cátedra de Filosofia Moral, em Oxford, considerada a mais importante cadeira de Filosofia Moral do Mundo.
Na filosofia da linguagem, Austin, estava próximo a Ludwig Wittgenstein (1889-1951), preconizando o exame da maneira como as palavras são usadas para elucidar seu significado. Contudo, o próprio Austin considerava-se mais próximo da filosofia do senso comum de G.E. Moore.
Todo o trabalho desenvolvido por Austin, na segunda metade do século XX, é uma conseqüência direta da guinada lingüística promovida pelo método de análise iniciado por Ludwig Wittgenstein, algumas décadas antes.
Austin pertencia ao chamado Grupo de Oxford que, como o Grupo de Cambridge, foi fortemente influenciado por Wittgenstein. Entretanto, enquanto o último procurava fomentar um "positivismo terapêutico", que visava "curar" os equívocos filosóficos através da discussão da linguagem natural e os desvios provocados pela tradição filosófica; o Grupo de Oxford, composto principalmente por Gilbert Ryle (1900-1976), Peter Frederick Strawson, Willard van Orman Quine (1908-2000), incluindo o próprio Austin, voltou-se exclusivamente para o campo lingüístico, com toda interpretação filosófica filtrada pelo prisma da análise da linguagem. Os críticos dessa posição chegaram a denunciar que esses autores, estavam reduzindo a filosofia a uma ciência da linguagem ou a transformando em lexicografia.
As duas obras fundamentais de Wittgenstein, Tratado Lógico-Filosófico (1921) e as Investigações Filosóficas (1953), marcaram profundamente esses dois grupos. Austin interessou-se, particularmente, pela análise dos jogos de linguagem, deixada em aberto nas Investigações. Wittgenstein não havia sido exaustivo em sua análise das funções linguísticas desempenhadas pelos diversos tipos de expressões. Austin, por sua vez, esforçou-se na tentativa de delimitar os modos em que as proposições, além de descrever uma determinada situação ?verdadeira ou falsa -, realizam também uma ação no mundo: um ato de fala.
Em How to do Things with Words (traduzido no Brasil por Quando Dizer é Fazer, 1990), Austin categorizou os atos de linguagem em conceitos fundamentais para compreensão posterior do papel da linguagem e da comunicação, por conseguinte. Primeiro, Austin distinguiu as sentenças performativas, aquelas que, ao serem proferidas, realizam uma ação: apostar, declarar, nomear, batizar etc, das constatativas, declarações verdadeiras ou falsas sobre um fato que é descrito. Haveria também três âmbitos linguísticos específicos nos atos de fala o ato locucionário, que apenas observa o modo como as sentenças são proferidas; o ato ilocucionário, onde os proferimentos tem uma força linguística convencional própria, tais como informar, ordenar, avisar, prometer, perguntar etc; e, por fim, o ato perlocucionário, no qual, ao se dizer algo, se produz uma alteração no ouvinte, que passa a reagir conforme essa ação de convencimento, impedimento, surpresa, confusão etc.
A Teoria dos Atos de Fala, lançada por Austin, foi desenvolvida posteriormente por John Searle, no livro Os Atos de Fala (1969). Tudo em conseqüência da revolução filosófica desencadeada por Wittgenstein, que teve em Austin um de seus brilhantes discípulos e continuadores, ao delimitar o domínio da pragmática, na Filosofia da Linguagem.
LINK
http://www.infoamerica.org/teoria/austin1.htm
(Em espanhol, contém vida e obra do pensador, além de ligações para outras páginas de referências)
Fonte: Todas as fontes constam na postagem LINHA DO TEMPO DA FILOSOFIA