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Frase de um filósofo
Leia frases tiradas diretamente de palestras, livros, entrevistas com os principais filósofos.
Responsável - Equipe de ensino do Instituto Packter.
Admiro os viciados. Num mundo em que está toda a gente à espera de uma catástrofe total e aleatória ou de uma doença súbita qualquer, o viciado tem o conforto de saber aquilo que quase de certeza estará à sua espera ao virar da esquina. Adquiriu algum controle sobre o seu destino final e o vício faz com que a causa da sua morte não seja uma completa surpresa. |
Chuck Palahniuke, ironias e drogas
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Nós combatemos a nossa superficialidade, a nossa mesquinhez, para tentarmos chegar aos outros sem esperanças utópicas, sem uma carga de preconceitos ou de expectativas ou de arrogância, o mais desarmados possível, sem canhões, sem metralhadoras, sem armaduras de aço com dez centímetros de espessura; aproximamo-nos deles de peito aberto, na ponta dos dez dedos dos pés, em vez de estraçalhar tudo com as nossas pás de lagarta, aceitamo-los de mente aberta, como iguais, de homem para homem, como se costuma dizer, e, contudo, nunca os percebemos, percebemos tudo ao contrário. |
Philip Roth, sobre os encontros entre pessoas.
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A mais pequenina dor que diante de nós se produz e diante de nós geme, põe na nossa alma uma comiseração e na nossa carne um arrepio, que lhe não dariam as mais pavorosas catástrofes passadas longe, noutro tempo ou sob outros céus. Um homem caído a um poço na minha rua mais ansiadamente me sobressalta que cem mineiros sepultados numa mina da Sibéria. |
Eça de Queirós, sobre as distâncias da dor.
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O espírito do homem é feito de maneira que lhe agrada muito mais a mentira do que a verdade. Fazei a experiência: ide à igreja, quando aí estão a pregar. Se o pregador trata de assuntos sérios, o auditório dormita, boceja e enfada-se, mas se, de repente, o zurrador (perdão, o pregador), como aliás é frequente, começa a contar uma história de comadres, toda a gente desperta e presta a maior das atenções. |
Erasmo de Roterdã, sobre mentira e verdade.
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Normalmente, a ausência de dor é apenas a condição física necessária para que o indivíduo sinta o mundo; somente quando o corpo não está irritado, e devido à irritação voltado para dentro de si mesmo, podem os sentidos do corpo funcionar normalmente e receber o que lhes é oferecido. |
Hannah Arendt, sobre sentir o mundo.
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Alegria desmedida e dor muito violenta acometem sempre e apenas a mesma pessoa: pois ambas se condicionam reciprocamente e são também condicionadas juntas por uma grande vivacidade do espírito. Ambas são causadas, não pelo simples presente, mas pela antecipação do futuro. No entanto, visto que a dor é essencial à vida e, pelo seu grau, é também determinada pela natureza do sujeito - o que implica que, na realidade, modificações repentinas, sendo sempre externas, não podem mudar o seu grau -, na base do júbilo ou da dor excessivos há sempre um erro e uma falsa crença: por conseguinte, essas duas exaltações do espírito poderiam ser evitadas com o uso do juízo.
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Schopenhauer, sobre a gangorra alegria e dor
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Arte é espírito, e o espírito não precisa, em absoluto, de se sentir obrigado a servir a sociedade, a coletividade. A meu ver, não tem direito a fazê-lo, devido à sua liberdade e à sua nobreza. |
Thomas Mann, sobre arte.
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O medo é o que impede que tudo o que chega às mãos dos homens não se torne em sua propriedade. Basta produzir uma impressão que não se pode explicar, inserindo no medo o desconforto da culpa. É assim que milhões de pessoas podem ser pastoreadas nas ribeiras da paz por muito poucas. E nas trincheiras da guerra por outras tantas, senão as mesmas. |
Agustina Bessa-Luís (sobre o medo)
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Como referenciar: "Frases de um filósofo" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 24/11/2024 às 04:43. Disponível na Internet em http://sofilosofia.com.br/frase_hist.php?pg=13