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Claude-Adrien Helvétius (1715 - 1771)

Em vários pontos dos escritos de Helvétius aparece a sua preocupação com o encontrar uma melhor forma para que os homens sejam felizes, para desenvolver seus estudos o autor utiliza basicamente o empirismo e faz do ambiente onde vivem as pessoas a principal influência para o comportamento das mesmas. 
O ambiente onde vivemos imprime em nosso espírito, através das sensações, as suas peculiaridades e essas sensações formam nossas ideias, juízos, emoções e nossa memória. 
Existem três tipos de ideias: As úteis, que tem a capacidade de educar ou divertir; As prejudiciais, que produzem efeitos negativos; E as indiferentes que são pouco agradáveis mas que a elas nos acostumamos por hábito e que produzem poucos efeitos. 
Na psicologia de Hélvétius, a educação e o ambiente onde vivemos é que formatam os nossos valores e as nossas motivações. Os caracteres hereditários são iguais em todas as pessoas normais e pouco influenciam no resultado final do comportamento humano, não existem portanto ideias inatas, as nossas ideias são adquiridas da educação e da convivência. 
Todas as pessoas nascem com as mesmas capacidades, o que vai diferenciar uma das outras são os conjuntos de ações e métodos do sistema de educação a que essas pessoas estão expostas. O meio em que as pessoas vivem é o que determina as qualidades e os defeitos delas. Todos nós podemos ser tolos ou gênios dependendo somente de certa ordem de acontecimentos que muitas vezes são imprevistos. 
As diferenças individuais são também causadas pelos diferentes graus de interesse e motivação que o sistema educacional consegue despertar nos indivíduos e esses interesses estão diretamente relacionados à emoção que se consegue despertar nas pessoas. 
Nossos comportamentos são uma tabula rasa onde podem ser impressos qualquer tipo de conduta humana, nossos comportamentos são, portanto modeláveis e adaptáveis. Os indivíduos podem ser modificados e educados para cumprirem a sua função de serem úteis para a coletividade, para a felicidade da maioria, e os filósofos tem um papel fundamental no desenvolvimento dos processos educacionais desses indivíduos. 
Helvétius condena a educação que tenta colocar nos indivíduos valores morais através da condenação dos prazeres. Os filósofos tem o papel de encontrar modelos educacionais e de legislação que sejam compatíveis com os prazeres individuais e com a felicidade da comunidade. 
O filósofo Helvétius identifica os dois principais inimigos dessa forma de educação e legislação, que são a religião cristã e o sistema feudal francês de sua época. O cristianismo por causa dos seus dogmas ilógicos e insensatos que condenam os prazeres e o feudalismo por perpetuar e promover a injustiça econômica e social. Para Helvétius crer em Deus não é algo positivo para os seres humanos e causa dano moral e intelectual para a felicidade da sociedade.

Sentenças: 
- O poder dos sacerdotes depende da superstição do povo. 
- O primeiro propósito dos sacerdotes é reprimir a curiosidade dos homens. 
- Os homens vêm ao mundo ignorantes, mas não estúpidos. 
- A ilusão é um efeito necessário da paixão. 
- A mente é a união das nossas ideias. 
- A propriedade é o deus mortal dos impérios. 
- O espírito não é dado, mas conquistado. 
- Nós só vivemos o tempo que amamos. 
- O emburrecimento nos torna superior aos animais. 
- Todos os homens têm uma disposição igual para o entendimento. 
- Aniquilando os desejos, aniquilamos a mente. 
- O homem sem paixões não tem motivo para agir. 

Claude-Adrien Helvétius

 

Responsável: Arildo Luiz Marconatto

 

Como referenciar: "Claude-Adrien Helvétius (1715 - 1771)" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 22/11/2024 às 21:58. Disponível na Internet em http://sofilosofia.com.br/historia_show.php?id=88