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Dicionário de Filosofia
Caos | ||
Estado de completa desordem anterior à formação do mundo e a partir do qual se inicia tal formação. Diz Hesíodo: Antes de todos os seres houve o Caos, depois a Terra de largo seio. Aristóteles combateu essa noção porque admitia a eternidade do mundo. Kant utilizou-a para indicar o estado original da matéria, de que os mundos depois se originaram. |
Caracterismas | ||
Para Kant, são as designações dos conceitos por meio de sinais sensíveis concomitantes como as palavras, os gestos, os signos algébricos, etc. |
Cartesianismo | ||
Conjunto dos fundamentos tradicionalmente considerados como típicos da doutrina de Descartes e aos quais se faz habitualmente referência tanto no sentido de aceitar quanto de refutar. Podem ser resumidos nos seguintes pontos: 1 - Caráter originário do pensamento como antevidência do sujeito pensante e princípio de todas as outras evidências; 2 - Presença das ideias no pensamento, como únicos objetos passíveis de conhecimento imediato; 3 - Caráter universal e absoluto da razão que, partindo do pensamento e valendo-se das ideias, pode chegar a descobrir todas as verdades possíveis; 4 - Função subordinada, em relação à razão, da experiência (isto é, da observação e do experimento), que só é útil para decidir nos casos em que a razão apresenta alternativas equivalentes; 5 - Dualismo de substância pensante e substância extensa, pelo qual cada uma delas se comporta segundo lei própria: a liberdade é a lei da substância espiritual; o mecanismo é a lei da substância extensa ou matéria. |
Casualismo | ||
Doutrina segundo a qual o acaso é uma condição ou situação real de indeterminação das coisas. Peirce chamou essa doutrina de tiquismo que significa sorte. Um Casualismo radical é o sustentado por Wittgenstein. Fora da lógica tudo é acaso, diz ele. Deve-se lembrar que a lógica trata somente de tautologias, que nada significam. |
Casuística | ||
Análise e classificação dos casos de consciência, isto é, dos problemas que nascem da aplicação das normas morais ou religiosas à vida humana. A exigência de uma Casuística moral foi encarada por Kant, que esclareceu o seu conceito da seguinte forma: A ética, pela ampla margem que concede aos deveres imperfeitos, conduz inevitavelmente a questões que levam o juízo a ter de decidir como a norma deve ser aplicada aos casos particulares. Assim, a ética desemboca na Casuística. A Casuística não é ciência nem parte de ciência, pois nesse caso seria dogmática, mas é um exercício que ensina como a verdade deve ser procurada. |
Catarse | ||
Libertação do que é estranho à essência ou à natureza de uma coisa e que, por isso, a perturba ou corrompe. Esse termo, de origem médica, significa purgação. Platão define a Catarse como a discriminação que conserva o melhor e rejeita o pior. Em Platão, esse termo tem significado moral e metafísico. Designa, em primeiro lugar, a libertação em relação aos prazeres; em segundo lugar, a libertação da alma em relação ao corpo, no sentido de que a alma se separa ou se retira das atividades físicas e realiza, já em vida, a separação total, que é a morte. Plotino insistirá neste último aspecto; para ele a virtude purifica a alma dos desejos e de todas as outras emoções, no sentido de que separa a alma do corpo e faz que a alma se recolha em si mesma e se torne impassível. |
Categoremático | ||
Na gramática e na lógica medieval são assim chamadas as partes do discurso significantes por si mesmas, como o sujeito ou o predicado, enquanto as outras são chamadas de sincategoremáticas. É provável que essa expressão derive da distinção, feita pelos estoicos, entre discurso perfeito, que tem sentido completo, e discurso imperfeito, que carece de algo. |
Categoria | ||
Categoria é a classe de atributos que dizem respeito a um sujeito determinado. As categorias são gêneros, pelos quais se distribuem todos os seres ou realidades do mundo criado. Observadas de outro ângulo, as categorias são os diferentes pontos de vista a partir dos quais os seres se oferecem à investigação, e assim determinam os caminhos por meio dos quais é possível conhecê-los. As categorias significam, portanto, as diferentes maneiras de expressão do ser, ou as diferentes maneiras de ser. |
Catenoteísmo | ||
Termo inventado pelo historiador das religiões Max Müller, para indicar a doutrina de que há um só Deus por sua vez, isto é, o monoteísmo dos Vedas, segundo o qual o mundo é governado por um único Deus de cada vez, enquanto as outras divindades esperam o seu turno. |
Causalidade | ||
Conexão entre duas coisas, em virtude da qual a segunda é univocamente previsível a partir da primeira. Historicamente, essa noção assumiu duas formas fundamentais: 1 - A forma de conexão racional, pela qual a causa é a razão do seu efeito e este, por isso, é a dedutível dela. Nessa concepção, a ação da causa é frequentemente descrita como a de uma força que gera ou produz efeito. 2 - A forma de uma conexão empírica ou temporal, pela qual o efeito não é dedutível da causa, mas é previsível com base nela pela constância e uniformidade da relação de sucessão. Essa concepção elimina a idéia de força da relação causal. Ambas formas são comuns as noções de previsibilidade unívoca, infalível, do efeito a partir da causa e, portanto, também a de necessidade da relação causal. |
Como referenciar: "Dicionário - C" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 22/11/2024 às 18:57. Disponível na Internet em http://sofilosofia.com.br/vi_dic.php?palvr=C