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Dicas de estudo

    (26/Out) Os lados de uma questão - dica 48
 
Certa ocasião, durante uma aula na pós-graduação, um aluno me perguntou quantas faces teria determinada questão que estudávamos. O tema tratava da busca do suicídio por uma pessoa a quem eu atendia no hospital. Eu perguntei a ele quantas faces ele imaginava que a questão teria. A resposta foi "ao menos duas, pois em tudo há duas faces".

Isso me fez lembrar os ensaios de Bobbio: "Toda a época tem duas faces, e a capacidade de vermos uma ou outra depende da posição em que nos colocamos. Raramente conseguimos nos colocar numa posição da qual se podem ver ambas. Daqui a extraordinária ambigüidade da história do homem (que corresponde, de resto, à contraditoriedade da natureza humana), na qual o bem e o mal se contrapõem, se misturam e se confundem. Pessoalmente, não hesito em afirmar que o mal sempre prevaleceu sobre o bem, a dor sobre a alegria, o sofrimento sobre o prazer, a infelicidade sobre a felicidade, a morte sobre a vida. Naturalmente, não sei explicar esta tremenda característica da história do homem. Suspendo o juízo sobre as explicações teológicas. Prefiro afirmar: não sei."

Uma orientação aqui é que podemos nos aproximar de uma questão filosófica sabendo que em algumas vezes não encontraremos duas faces, apenas uma. Ou nenhuma. Ou várias. Nem sempre algo terá necessariamente dois lados, duas faces.
     

 
 
Como referenciar: "Dicas de estudo" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 24/04/2024 às 20:59. Disponível na Internet em http://sofilosofia.com.br/vi_estudo.php?id=52