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Provas de concursos e vestibular
(22/Fev) | SEE - Acre - IBADE - 2019 | |||
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Questão 41 "Quando dizemos que o pensamento filosófico-científico surge na Grécia no século VI a.C., caracterizando-o como uma forma específica de o homem tentar entender o mundo que o cerca, isto não quer dizer que anteriormente não houvesse também outras formas de se entender essa realidade. É precisamente a especificidade do pensamento filosófico-científico que tentaremos explicitar aqui, contrastando-o com o pensamento mítico que lhe antecede na cultura grega." (MARCONDES, D. Iniciação à história da filosofia: dos pré-socráticos à wittgenstein. Rio de Janeiro, Zahar, 2007) Sobre as diferenças entre o pensamento mítico e o pensamento filosófico-científico, é correto afirmar que: A) são diferenças desprezíveis, visto que em ambos os casos há uma tentativa do homem de "ler" a realidade do mundo que o cerca. B) há uma ruptura radical entre às formas de explicação mítica e a filosófica-científica. Enquanto o mito pressupõe uma incondicional adesão e aceitação de sua narrativa, que apela para uma realidade sobrenatural, divina ou misteriosa, o pensamento filosófico-científico pretende alcançar o conhecimento a partir de argumentos lógicos e racionais sobre o homem e a natureza. C) há mais semelhanças do que diferenças entre o pensamento mítico e o filosófico-científico, visto que em ambos os casos, os mitos são utilizados para transformação do homem a partir da catarse, de uma purificação de suas emoções. D) há uma ruptura radical entre às formas de explicação mítica e a filosófica-científica. Enquanto o pensamento filosófico científico pressupõe uma incondicional adesão e aceitação de sua narrativa, o pensamento mítico pretende alcançar o convencimento a partir de argumentos lógicos e racionais sobre o homem e a natureza. E) com o surgimento do discurso filosófico-científico, o mito foi suplantado, desaparecendo do cenário social da Grécia antiga, uma vez que a filosofia substitui a mitologia no imaginário popular. Questão 42 A escola Jônica se destaca como uma das primeiras a iniciar o pensamento filosófico que, no século VI a.C., concentrava-se na investigação da noção de: A) Cosmos B) Pólis C) Imobilidade D) Ethos E) Physis Questão 43 Ao negar o movimento, caracterizando-o como uma ilusão dos sentidos, Parmênides e seus discípulos foram atacados pelos pensadores da escola mobilista, que por sua vez, afirmavam o movimento e a transformação como característica do próprio Ser. Zenão de Eleia, discípulo de Parmênides, formula alguns paradoxos para defender a tese de imobilidade de seu mestre, e dentre estes, aquele que foi um dos mais comentados paradoxos da antiguidade, é o da corrida entre Aquiles e a tartaruga. Segundo as premissas do pensamento eleáta exposto no paradoxo de Zenão, o resultado da corrida é: A) A tartaruga vence a corrida. B) Aquiles vence a corrida. C) Há um empate. D) Aquiles não alcança a tartaruga. E) Nenhum dos dois competidores se movem. Questão 44 "Até Orwell estaria assombrado. Vivemos a ficção de que o mercado é maravilhoso porque nos dizem que está composto por consumidores informados que adotam decisões racionais. Mas basta ligar a televisão e ver os anúncios: procuram informar o consumidor para que tome decisões racionais? Ou procuram enganar? Pensemos, por exemplo, nos anúncios de carros. Oferecem dados sobre suas características? Apresentam informes realizados por entidades independentes? Porque isso sim que geraria consumidores informados capazes de tomar decisões racionais. Em vez disso, o que vemos é um carro voando, pilotado por um ator famoso. Tentam prejudicar o mercado. As empresas não querem mercados livres, querem mercados cativos. De outra forma, colapsariam.?" Noam Chomsky (https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/06/cultura/1520352987_936609.html - Acessado em 20/11/2018) Depreende-se da citação acima uma característica marcante do pensamento filosófico, no sentido de: A) se apoiar nas narrativas consolidadas para estabelecer uma análise crítica da sociedade, visando, como afirma Michel Foucault, um "diagnóstico do presente". B) ser uma articulação entre a história e a análise de dados estatísticos que permitem pensar a contemporaneidade. C) ser um pensamento que pretende se emancipar de uma leitura intelectualista, distante das massas, o que fez com que a filosofia perdesse espaço nos currículos escolares. D) promover uma reflexão acerca de temas contemporâneos. E) ser uma atitude crítica frente à realidade, um questionamento até sobre aquilo que já julgamos conhecer. Questão 45 "Se, com efeito, mesmo o forte quisesse ser forte, continuou Sócrates, e o rápido ser rápido, e o sadio ser sadio ? pois talvez alguém pensasse que nesses e em todos os casos semelhantes os que são tais e têm essas qualidades desejam o que justamente têm, e é para não nos enganarmos que estou dizendo isso - ora, para estes, Agatão, se atinas bem, é forçoso que tenham no momento tudo aquilo que têm, quer queiram, quer não, e isso mesmo, sim, quem é que poderia desejá-lo?" (PLATÃO, O Banquete. Coleção Os Pensadores, Abril Cultural, 1972) No contexto do diálogo platônico em questão, a discussão sobre o Eros é, em parte, uma discussão sobre o que se deseja, sobre as condições pelas quais desejamos algo. Após o discurso socrático, o quinto entre os convivas do sympósium, fica estabelecido que o desejo é: A) fruto de uma completude entre os amantes. B) desejo daquilo de que somos carentes. C) expressão de uma força inconsciente. D) a força que permite aos homens viverem em harmonia. E) desejo daquilo que já possuímos. Questão 46 "Como não haveria de ser evidente mesmo para um cego, como se diz? Enquanto não houvermos feito esta contestação, nem essa demonstração, não poderemos, de forma alguma, falar nem de discursos falsos, nem de opiniões falsas, nem de imagens, de cópias, de imitações ou de simulacros, e muito menos de qualquer das artes que deles se ocupam, sem cair, inevitavelmente, em contradições ridículas." (PLATÃO, O Sofista. Coleção Os Pensadores, Abril Cultural, 1972) O trecho acima do diálogo O Sofista se refere a discussão central do diálogo que pretende afirmar qual é a arte do sofista. Esta discussão se pretende a distinção e definição dos conceitos de: A) moral e ética. B) sensível e inteligível. C) ser e não-ser. D) doxa e episteme. E) uno e múltiplo. Questão 47 "Ora, quem duvida e se admira julga ignorar: por isso, também quem ama os mitos é, de certa maneira filósofo, porque o mito resulta do maravilhoso. Pelo que, se foi para fugir à ignorância que filosofaram, claro está que procuraram a ciência pelo desejo de conhecer, e não em vista de qualquer utilidade." (ARISTÓTELES, Metafísica, Livro I, Coleção Os Pensadores, Abril Cultural, 1973) A filosofia, o desejo de conhecer, nasce no homem a partir de sua capacidade de: A) duvidar. B) se espantar. C) se emocionar. D) ignorar. E) instrumentalizar o saber. Questão 48 "Por conseguinte, as ações são chamadas de justas e temperantes quando são tais como as que praticaria o homem justo ou temperante; mas não é temperante o homem que as pratica, e sim o que as pratica tal como o fazem os justos e temperantes.? (ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco, Livro II, Coleção Os Pensadores, Abril Cultural, 1973) Em sua obra Ética à Nicômaco, o estagira se questiona acerca da natureza das virtudes humanas, e conclui que: A) é através da prática (ou seja, de um ato deliberado e racional da vontade) de atos justos que se gera o homem justo, e através da prática de atos temperantes, o homem temperante. B) é por natureza que os homens se tornam virtuosos, a partir de uma determinação do caráter (uma disposição do destino). C) é através de uma predestinação divina que os homens se tornam ou não virtuosos. D) é através da educação que se forma um homem justo e temperante. E) é a ocasião o caso concreto que torna o homem justo, forçando-o a decidir conforme a natureza do Sumo-bem. Questão 49 Aristóteles, em sua obra A Poética, define e diferencia a tragédia da comédia a partir do objeto de sua imitação. Qual é, segundo Aristóteles, a principal diferença entre a comédia e a tragédia? A) A comédia possui uma narrativa que tem por objeto os homens vivos e conhecidos, enquanto na tragédia, a narrativa gira em torno de feitos passados, de homens mortos. B) Na comédia, a narrativa não possui métrica, enquanto a tragédia, assim como em Homero, é sempre apresentada em forma de poesia ditirâmbica. C) A tragédia é a imitação de uma ação de caráter elevado que busca suscitar o terror e a piedade, tendo como efeito a purificação de nossas emoções, enquanto a comédia é a imitação da ação de baixa índole. D) A tragédia é a imitação de uma ação de baixa índole que busca suscitar o terror e a piedade, tendo como efeito a katarse, enquanto a comédia é a imitação das ações dos homens infantis. E) A tragédia e a comédia diferem no tocante ao tema: a primeira narra fatos históricos, e a segunda os fatos cotidianos que geram o riso, porém, ambas possuem como função a katarse. Questão 50 "Governo atinge meta de 60 mil atendimentos no programa Quero Ler" Dar oportunidade aos jovens e adultos de acesso ao mundo das letras e tirar o Acre do mapa do analfabetismo até o fim de 2018 foi um dos grandes desafios do governador Tião Viana nesta gestão. E essa meta está sendo realizada pela Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE) por meio do Programa Quero Ler. Lançado no fim de 2015, o programa Quero Ler tem como finalidade alfabetizar, nos 22 municípios acreanos, mais de 60 mil jovens e adultos que, por algum motivo, não tiveram a oportunidade de frequentar um banco de escola. Até o fim de novembro, as últimas turmas serão encerradas em Rio Branco, e no dia 14 de dezembro o fechamento das turmas em 19 municípios. Em Brasiléia e em Acrelândia, não houve procura de alunos para a realização nesta última etapa. Com esses atendimentos, a taxa de analfabetismo, que em 2015 estava em torno de 15%, poderá chegar a 4%, o que, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), tornará o Acre território livre de analfabetismo. "Estamos dando um grande passo na educação, que é alfabetizar milhares de pessoas que ainda não sabem ler nem escrever. E o que estamos fazendo é um exemplo para o restante do país, porque não estamos ensinando apenas a leitura e a escrita, é mais que isso, estamos formando cidadãos pensantes, com senso crítico, capazes de interpretar o mundo a sua volta, em todas as suas nuances", disse o secretário Marco Brandão. (Acesso em 01/12/2018: http://www.agencia.ac.gov.br/governoatinge-meta-de-60-mil-atendimentos-no-programa-quero-ler/) A reportagem destaca a importância decisiva da alfabetização na qualidade de vida e de oportunidades para o cidadão. No entanto, para ser efetivamente um cidadão, não basta saber ler e escrever, é preciso saber interpretar e criticar os conteúdos aos quais somos expostos. Nesse sentido, a filosofia pretende: A) se destacar como ciência empírica, contribuindo para o desenvolvimento social, preparando o cidadão para o mercado de trabalho. B) se adequar às políticas públicas de educação com vistas à transformação do Novo Ensino Médio. C) servir de método para a pedagogia, permitindo que a educação se adeque ao mundo contemporâneo. D) ser um diferencial para formação do cidadão enquanto disciplina que busca o rigor conceitual, a explicação lógico-racional, causal, bem como exercita a crítica fundamentada acerca da realidade à sua volta. E) realizar o ideal grego de pedagogia, formando um cidadão preparado para a vida pública. Questão 51 Dentre os principais fatores que marcam a passagem do período clássico da filosofia para o período helênico, em relação ao contexto político, pode-se destacar: A) o fim das Cidades-Estados e o surgimento do Império Macedônico. B) o marco da democracia ateniense e as legislações de Sólon e Péricles. C) o fim da República Romana e o surgimento do Império Romano. D) a invasão de Xerxes à Grécia, e a posterior vitória da aliança entre Atenas e Esparta. E) a maior participação da população nas questões políticas de sua época, em detrimento ao aspecto privado da filosofia. Questão 52 Dentre as principais escolas filosóficas do período helênico, aquela que se destaca pela compreensão de uma realidade atômica, portanto mecânica, não divinizada, o: A) Neoplatonismo. B) Cinismo. C) Ceticismo. D) Estoicismo. E) Epicurismo. Questão 53 "Quando te custa levantar de manhã, tem presente este pensamento: desperto para um trabalho de homem. Enfada-me ainda sair para o mister para o qual fui posto no mundo? Ou fui constituído para me aquecer deitado sob as cobertas?" (MARCO AURÉLIO. Meditações, Coleção Os Pensadores, Abril, São Paulo, 1973) Para os estoicos, é imperativo que cada homem assuma: A) a postura de buscar o prazer moderado, respeitando os deuses e a natureza. B) suas responsabilidades e deveres, agindo assim de acordo com a natureza e o destino. C) a impossibilidade de se alcançar um critério forte que permita uma distinção entre as filosofias, de modo que a felicidade deriva da epoché (a suspensão do juízo). D) a inutilidade das convenções sociais. E) a postura altiva da busca pelo conhecimento das primeiras causas. Questão 54 "Dois dos regimes mais abomináveis da história da humanidade chegaram ao poder no século XX, e ambos se estabeleceram com base na violação e no esfacelamento da verdade, cientes de que o cinismo, o cansaço e o medo podem tornar as pessoas suscetíveis a mentiras e falsas promessas de líderes determinados a alcançar o poder incondicional. Como Hannah Arendt escreveu em seu livro de 1951, Origens do totalitarismo: "O súdito ideal do governo totalitário não é o nazista convicto nem o comunista convicto, mas aquele para quem já não existe a diferença entre o fato e a ficção (isto é, a realidade da experiência) e a diferença entre o verdadeiro e o falso (isto é, os critérios do pensamento)"." (KAKUTANI, M. A morte da verdade: notas sobre a mentira na era Trump, Rio de Janeiro, Intrínseca, 2018) A partir da filosofia de Hannah Arendt e a analítica do poder de Michel Foucault, a não distinção entre o fato e a ficção, entre o verdadeiro e o falso, são estratégias das relações de poder que permitem: A) um melhor controle econômico no sentido da gestão pública. B) uma maior liberdade de expressão. C) um maior controle da circulação de conhecimentos específicos. D) uma melhor manipulação dos indivíduos e suas subjetividades. E) suspender os efeitos negativos da divulgação de fakenews. Questão 55 Santo Agostinho foi o maior expoente da filosofia medieval cristã em sua primeira fase, identificada como: A) Escolástica B) Pirronismo C) Patrística. D) Reformista. E) Ortodoxa. Questão 56 "Por isso, em nossa peregrinação, recebemos dele o penhor de já sermos luz; ele já nos salvou pela esperança e, de filhos da noite e das trevas que éramos, ele fez filhos da luz e do dia. Na incerteza da ciência humana, só tu és capaz de distinguir entre uns e outros, porque pões nossos corações à prova e chamas à luz dia e às trevas noite. Quem, senão tu, sabe nos distinguir? E que temos nós que não o tenhamos recebido de ti? Nós, feitos vasos de honra, fomos feitos da mesma argila que serviu para fazer os vasos de ignomínia." (AGOSTINHO. Confissões, Martin Claret, São Paulo, 2005, p. 324) Para Santo Agostinho, a possibilidade de acesso às verdades reveladas depende da (o): A) predestinação. B) intuição. C) esforço pessoal. D) capacidade intelectual. E) natureza da alma. Questão 57 "A Vontade que, considerada puramente em si, destituída de conhecimento, é apenas um ímpeto cego e irresistível - como a vemos aparecer na natureza inorgânica e na natureza vegetal, assim como na parte vegetativa de nossa própria vida - atinge, pela entrada em cena do mundo como representação desenvolvida para seu serviço, o conhecimento de sua volição e daquilo que ela é e quer, a saber, nada senão este mundo, a vida, justamente como esta existe." (SCHOPENHAUER. O Mundo como Vontade e Representação. São Paulo. UNESP, 2005, p. 357) A partir da filosofia de Arthur Schopenhauer, o mundo fenomênico expressa: A) a racionalidade do cosmo. B) as incertezas da Vontade. C) a natureza do ego de cada um. D) a justiça inequívoca da Vontade. E) as objetificações da Vontade. Questão 58 "Epicuro e Lucrécio foram os últimos representantes da tradição hedonista grega. Ela foi sendo lentamente riscada do mapa até desaparecer completamente na antiguidade tardia. O próprio imperador Juliano justificava, no século IV, o desaparecimento dos escritos de Epicuro como efeito da intervenção direta dos deuses. Santo Agostinho, por outro lado, em uma carta do ano 410, afirmava que estoicos e epicuristas não fariam mais parte da escola de retórica. Esses são sinais do apagamento do epicurismo no mundo antigo. Com ele, desaparece o hedonismo grego." (MUNIZ, Prazeres Ilimitados, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2015, p. 113) O combate ao hedonismo na antiguidade tardia se fez a partir: A) do Neoplatonismo tendo Platão como referência moral. B) da Escolástica e a reaproximação da fé e da ciência. C) do Cristianismo como religião oficial do Império Romano. D) do Cinismo e sua proposta de retorno à natureza. E) do contato com a cultura oriental, principalmente a Indiana. Questão 59 De acordo com o pensamento de São Tomás de Aquino, a verdade: A) é conhecida de modos diversos, está no intelecto e nas coisas. B) somente é conhecida através da vontade Divina. C) somente é conhecida através do esforço pessoal. D) não é acessível ao conhecimento humano. E) é casual e relativa. Questão 60 Sobre que argumento David Hume, filósofo escocês do século XVIII, em seu Tratado sobre natureza humana, faz a sua crítica à noção de identidade pessoal? A) Toda subjetividade se sustenta na centelha divina. B) O cogito cartesiano é uma quimera. C) Todas as ideias têm sua origem na impressão sensível. D) Nas fibras do cérebro não há como localizar traço algum referente ao eu. E) A ideia de uma identidade pessoal se sustenta na metafísica tal com ensinada pela escolástica. Questão 61 O ceticismo de David Hume fica evidente na crítica que faz à noção de causalidade. Se não temos nenhuma experiência da relação de causa e efeito como conexão necessária entre eventos no real, por que percebemos os fenômenos com continuidade e regularidade? A) Porque a repetição e o hábito orientam nossas percepções. B) Porque somos iludidos por fantasias de unidade e totalidade do Ser. C) Porque a causalidade é subjetiva. D) Porque a conexão entre eventos é renovada a cada instante pelo divino. E) Porque todo efeito sucede a sua causa. Questão 62 O filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) foi de grande importância para o desenvolvimento do debate acerca da relação entre indivíduo e Estado. Considerando a sua concepção de natureza, de que citação de Hobbes abaixo podemos deduzir que os indivíduos não têm lugar natural? A) "Os desejos e outras paixões do homem não são em si mesmos um pecado." B) "Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça." C) "A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito." D) "A condição dos homens fora da sociedade civil [é aquela na qual] todos os homens têm igual direito sobre todas as coisas." E) "Pois a natureza dos homens é tal que, embora sejam capazes de reconhecer em muitos outros maior inteligência (...), dificilmente acreditam que haja muitos tão sábios como eles próprios; porque veem sua própria sabedoria bem de perto e a dos outros homens à distância." Questão 63 René Descarte (1596 - 1650) é um pensador fundamental para o estudo da filosofia moderna e o seu sistema filosófico é considerado um marco na história do pensamento. Das opções abaixo, qual é aquela que - determinante em seu século - desenha uma nova imagem do mundo, e em relação à qual, todo o empreendimento de sua filosofia se justifica pelo esforço de estar atualizada? A) A religião B) A ciência C) A tradição D) As instituições de ensino E) As artes Questão 64 O que é o cogito cartesiano? A) Sujeito que age B) Um Deus enganador C) Um gênio enganador D) O pensamento correto E) Sujeito que pensa Questão 65 Do "penso, logo existo", de René Descartes, conclui-se que: A) o pensamento é algo mais certo que a matéria corporal. B) tudo que existe, pensa. C) o eu cartesiano é representativo de uma ética própria do século XVI. D) a dúvida que lança mão em seu método se funda nas ideias iluministas da revolução científica. E) existir e pensar são um único e mesmo processo. Questão 66 Karl Marx (1818-1883) inicia O capital da seguinte maneira: "A riqueza das sociedades nas quais reina o modo de produção capitalista "aparece como uma enorme coleção de mercadorias"(...)". Qual é o sentido da palavra "aparece" utilizado por Marx? A) "Aparece", no contexto da citação, tem o sentido de "contraditório". B) "Aparece" tem o sentido de "é". C) "Aparece" indica que as mercadorias estão no lugar de alguma outra coisa. D) "Aparece" aponta para o fato de que algo acontece por trás da superficialidade da mercadoria. E) "Aparece" é o mesmo que "afirmação". Questão 67 "Entretanto, na primeira parte da Metafísica, esta dedução da nossa faculdade de conhecer a priori conduz a um estranho resultado aparentemente muito prejudicial ao inteiro fim da mesma e do qual se ocupa sua segunda parte, a saber, que com esta faculdade jamais podemos ultrapassar os limites da experiência possível, o que é justamente a ocupação desta ciência." (KANT, I. Crítica da Razão Pura. Trad. de Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2000. p.38.) Do trecho acima podemos concluir que o objetivo de Immanuel Kant (1724-1804), em sua Crítica da razão pura, foi: A) apontar o caminho para um conhecimento efetivo das realidades transcendentes. B) estabelecer os limites da razão humana. C) garantir a possibilidade de uma liberdade humana a partir da consideração iluminista de sujeito. D) provar que o tempo e o espaço são ilimitados. E) mostrar que as estruturas transcendentais pertencem às coisas. Questão 68 Na seção da Crítica da razão pura intitulada de Estética Transcendental Kant pretende tratar das(os): A) condições de possibilidade de toda forma de beleza. B) estruturas de todo entendimento. C) diversas formas de uso da Razão. D) formas puras da sensibilidade. E) fundamentos das experiências sublimes. Questão 69 Na ética kantiana, os imperativos se expressam por um(a): A) dever-ser B) querer C) vocação D) vício E) paixão Questão 70 Friedrich Nietzsche (1844-1900), crítico da tradição filosófica racionalista e iluminista, em seu texto Sobre a verdade e a mentira em um sentido extramoral, desmistifica o conceito de "verdade" através da revelação: A) de uma crise profunda pela qual a consciência dos homens de boa fé passava. B) da dificuldade de uma relação adequada entre as palavras e as coisas. C) do caráter vago da linguagem. D) de seu caráter absoluto. E) de sua origem metafórica. Questão 71 A crítica que Nietzsche faz ao surgimento da filosofia na Grécia tem como principal motivo a desvalorização da vida resultante do triunfo do "espírito apolíneo" em oposição ao: A) "Espírito Santo" B) "Espírito Dionisíaco" C) "Espírito Valorativo" D) "Espírito da Natureza" E) "Espírito livre" Questão 72 Para Spinoza (1632-1677), qual das opções abaixo se enquadra no conceito que o filósofo compreende como substância ("aquilo cuja existência depende apenas de si mesmo")? A) Deus B) Alma C) Liberdade D) Matéria E) Afetos Questão 73 O filósofo alemão Friedrich Hegel (1770-1831) foi crítico da concepção elaborada por Immanuel Kant de sujeito transcendental apontando para o fato de ele ser: A) substancializado. B) vazio. C) formal. D) falso. E) ilusório. Questão 74 Para explicar a produção de determinados tipos de saberes, notadamente as ciências humanas dos séculos XVIII e XIX, com que hipótese de poder Michel Foucault (1926-1984) pretende romper em Vigiar e Punir e História da sexualidade (Vol. I)? A) Hipótese econômica B) Hipótese positiva C) Hipótese permissiva D) Hipótese repressiva E) Hipótese liberal Questão 75 Das opções abaixo, qual é aquela cuja expressão define o trabalho de Michel Foucault em As palavras e as coisas? A) Procedimento descritivo B) Investigação transcendental C) Genealogia da subjetividade D) Genealogia do poder E) Arqueologia do saber Questão 76 Para Martin Heidegger (1889-1976), filósofo alemão autor de Ser e Tempo, qual dos termos abaixo diz respeito à possibilidade de o homem poder ser reconduzido ao encontro de sua totalidade, de elevar-se da traição contra si mesmo por estar imerso na vida cotidiana? A) Facticidade B) Tempo C) Angústia D) Dasein E) Existencialidade Questão 77 Theodor Adorno e Max Horkheimer escrevem, em 1947, Dialética do Iluminismo, obra na qual aparece, pela primeira vez, a expressão: A) Ideologia B) Decadência do gosto C) Cultura de Massa D) Indústria Cultural E) Reprodutibilidade técnica Questão 78 A revolução científica resultante das descobertas feitas por Nicolau Copérnico e Galileu Galilei, nos séculos XVI e XVII, deu origem: A) à reforma protestante. B) a uma nova imagem do mundo. C) aos descobrimentos. D) a um processo de decadência moral. E) a um período de grandes revoltas. Questão 79 John Locke (1632-1704), autor do influente Ensaio sobre, sendo um empirista, considera que as representações do real que temos são derivadas de: A) pensamentos. B) intuições. C) afecções. D) ideias inatas. E) percepções sensíveis. o entendimento humano Questão 80 "A linguagem disfarça (verkleidet) o pensamento. A tal ponto que da forma exterior da roupagem não é possível inferir a forma do pensamento subjacente, já que a forma exterior da roupagem não foi feita para revelar a forma do corpo, mas com uma finalidade inteiramente diferente. [...] A maioria das proposições e questões encontradas em obras filosóficas não são falsas, mas sem sentido.? (WITTGENSTEIN. Tractatus) A crítica às obras filosóficas do Tractatus de Wittgenstein é uma crítica à própria linguagem e, nesse sentido, a tarefa de toda filosofia é: A) Definir o ser da linguagem. B) Diagnosticar as relações de poder da linguagem. C) Elucidar as regras semânticas e gramaticais da linguagem. D) Elucidar a lógica do pensamento através de uma análise da linguagem. E) Compor as grandes proposições filosóficas. GABARITO: 41B 42E 43D 44E 45B 46C 47B 48A 49C 50D 51A 52E 53B 54D 55C 56A 57E 58C 59A 60C 61A 62D 63B 64E 65A 66D 67B 68D 69A 70E 71B 72A 73C 74D 75E 76C 77D 78B 79E 80D PROVA DISCURSIVA TEXTO 1 A história da aprendizagem como atividade humana remonta à própria origem de nossa espécie. Desde a antiguidade, filósofos e pensadores preocuparam-se com os fatos da aprendizagem. Podemos citar Sócrates, Platão e Aristóteles como alguns filósofos que discorreram sobre as primeiras concepções da aprendizagem. Para Sócrates, o conhecimento preexiste no espírito do homem e a aprendizagem consiste no despertar esses conhecimentos inatos e adormecidos. Platão formulou uma teoria dualista que separava o corpo (ou coisa) da alma (ou ideias), sendo que a alma guarda a lembrança das ideias contempladas na encarnação anterior que, pela percepção, voltam à consciência. Assim, a aprendizagem nada mais é do que uma reminiscência. Aristóteles apresenta um ponto de vista definidamente científico. Ensina que todo conhecimento começa pelos sentidos, rejeitando a preexistência das ideias em nosso espírito. Utilizou o método dedutivo, característico de seu sistema lógico e o método indutivo, aplicando-o em suas observações, experiências e hipóteses. (Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/idiomas/teorias-de-aprendizagem/15047 ) TEXTO 2 As Teorias da Aprendizagem são uma valiosa contribuição da Psicologia, da Biologia, da Filosofia e de outras Ciências afins que nos ajudam a compreender como os seres humanos aprendem, assim como as ideias pedagógicas que as embasam. Podemos citar: os Comportamentalistas, os Cognitivistas e os Humanistas (dentre outras possibilidades de organização dessas ideias). TEXTO 3 "Neste ano tive uma turma de 3º ano das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Eram 35 alunos, dos quais 15 não estavam alfabetizados no começo do ano. (...) Entre os demais, havia aqueles que já faziam uso de convenções da escrita, e outros que ainda produziam textos sem segmentá-los em frases (...). Após uma avaliação diagnóstica inicial, algumas questões se apresentaram para mim: - Como desenvolver um trabalho produtivo, considerando essa configuração de classe? - Como agrupar os alunos para que pudessem, sempre que possível, aprender uns com os outros? Que critérios utilizar para que os agrupamentos fossem sempre produtivos e não ocorressem situações do tipo "um faz e os outros copiam"? - O que fazer para garantir situações didáticas de fato desafiadoras? Situações que sejam possíveis e difíceis ao mesmo tempo?" (Relato da Prof.ª Marly de Souza Barbosa, in: "O diálogo entre o ensino e a aprendizagem, de Telma Weisz - Adaptação) Com base no relato do Texto 3, nos demais textos apresentados e na sua própria vivência como professor(a), elabore um texto dissertativo argumentativo em que sejam apreciadas as teorias citadas, identificando em qual delas a professora baseia a prática pedagógica descrita. Apresente a sua defesa sobre se você considera a escolha da professora eficiente para o desenvolvimento do processo de aprendizagem. - No desenvolvimento da questão proposta, utilize os conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação. - Seu texto deve ser escrito seguindo os padrões do tipo dissertativo, e redigido na modalidade padrão da Língua Portuguesa. - O texto deve ter entre 25 e 30 linhas. - Seu texto deve ser original e não conter fragmentos dos textos motivadores. |
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Como referenciar: "Provas - SEE - Acre - IBADE - 2019" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 22/11/2024 às 18:25. Disponível na Internet em http://sofilosofia.com.br/vi_prova.php?id=264