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Dicionário de Filosofia

Fabricação
Para Henri Bérgson é a atividade própria da inteligência. Essa é a faculdade de fabricar objetos artificiais, especialmente utensílios para fazer outros utensílios, e de variar indefinidamente sua Fabricação. Desse ponto de vista, a verdadeira definição do homem não é Homo Sapiens, mas Homo Faber.
 

Fabulação
Henri Bérgson designou desse modo a faculdade ou o ato criador de ficções ou superstições, em que consiste essencialmente a religião estática, que, mediante ficções mais ou menos consoladoras, procura defender a vida contra o poder desagregador da inteligência.
 

Facticidade
Segundo Martin Heidegger, é o que caracteriza a existência como lançada no mundo, ou seja, à mercê dos fatos, ou no nível dos fatos e entregue ao determinismo dos fatos. O fato, que é simplesmente a presença das coisas utilizáveis, é objeto de constatação intuitiva. A Facticidade da existência, ao contrário, só é acessível através da compreensão emotiva. Nesse sentido, a Facticidade é um modo de ser próprio do homem e diferente da factualidade, que é o modo de ser das coisas. De modo análogo, Jean-Paul Sartre deu o nome de Facticidade ao fato de que a liberdade não pode não ser livre e não pode não existir: nesse caso, liberdade identifica-se com necessidade do fracasso.
 

Facticio
Termo que se emprega quase exclusivamente com referência à classificação cartesiana das ideias em inatas, inesperadas e factícias; as últimas são as ideias feitas e inventadas por nós.
 

Factualidade
Edmund Husserl deu esse nome ao modo de ser do fato, enquanto essencialmente casual, ou seja, enquanto pode ser diferente do que é.
 

Falansterio
Falanstério foi o termo empregado por Charles Fourier para designar a organização social utópica por ele prevista: um grupo de cerca de 1.600 pessoas vivendo em regime comunista, com liberdade de relações sexuais e regulamentação da produção e do consumo dos bens.
 

Falibilismo
Termo criado por Peirce para indicar a atitude do pesquisador que julga possível o erro a cada instante da sua pesquisa e, portanto, procura melhorar os seus instrumentos de investigação e de verificação.
 

Falseabilidade
É o critério sugerido por Karl Popper para acolher as generalizações empíricas. O método empírico, segundo Popper, é o que exclui os modos logicamente admissíveis de fugir à falseação. Desse ponto de vista, as asserções empíricas só podem ser decididas em um sentido, o da falseação, e só podem ser verificadas por tentativas sistemáticas de colhê-las em erro. Desse modo desaparece todo o problema da indução e da validade das leis naturais.
 

Fanatismo
Esta palavra foi empregada a partir do século XVIII com o mesmo valor de entusiasmo, para indicar o estado de exaltação de quem se crê possuído por Deus e, portanto, imune ao erro e ao mal. No uso moderno e contemporâneo, Fanatismo acabou prevalecendo sobre entusiasmo para indicar a certeza de quem fala em nome de um princípio absoluto e, portanto, pretende que suas palavras também sejam absolutas.
 

Fato
Uma possibilidade objetiva de verificação, constatação, averiguação, descrição ou previsão objetiva no sentido de que todos podem fazê-la nas condições adequadas.
 

 
 
Como referenciar: "Dicionário - F" em Só Filosofia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 22/11/2024 às 18:57. Disponível na Internet em http://sofilosofia.com.br/vi_dic.php?palvr=F